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Cultura
04 Agosto de 2021 | 11h08

Históricos do Carnaval de Luanda desistem este ano por segurança

A inédita edição 2021 do Carnaval de Luanda, que este ano acontece no formato live, devido a Covid-19, corre o risco de não ver desfilar alguns dos principais grupos carnavalescos, por motivos de segurança.

Um dos grupos em causa é o União Mundo da Ilha, cujo presidente, António Custódio, se mostrou bastante preocupado e, de certa forma, céptico com a situação actual que o país e o mundo estão a viver, devido a pandemia da Covid-19.
O líder do grupo, vencedor da última edição do Carnaval de Luanda, com 590 pontos, explicou, ontem, ao Jornal de Angola, que não está à vontade, em termos de segurança, devido ao actual número de integrantes do grupo, alguns dos quais na condição de risco. "Precisamos  de garantir a segurança dos integrantes do grupo e não há condições para participarmos, mesmo nos moldes que se pretende realizar o Carnaval este ano”, adiantou.

A decisão saiu de uma reunião da direcção, realizada a semana passada, tendo chegado a conclusão, por unanimidade, que não há condições para o grupo participar, em defesa da saúde e integridade física dos foliões.
Para António Custódio, apesar do formato online, proposto pela organização, que prevê realizar com um mí-nimo de 50 pessoas por cada grupo no desfile as condições de segurança são duvidosas. "Se contabilizarmos o total dos integrantes dos grupos a participar nesta edição, teremos um número considerável de pessoas confinadas no mes-mo espaço, sem máscaras, a dançar e a interagir fisicamente, o que ainda assim constitui um risco muito grande de contaminação”, aclarou.

Mesmo que tal situação seja solucionada, acrescentou, e a biossegurança garantida, o grupo, detentor de 14 troféus do Carnaval de Luanda, não tem, internamente, condições financeiras de participar.  

Recreativo Kilamba

Quem está igualmente de fora desta edição da "festa do povo” é o grupo União Recreativo Kilamba, liderado pelo comandante Poli Rocha. Terceiro classificado do ano passado, com 559 pontos, o grupo, do Distrito Urbano do Rangel, que pretendia "roubar” o título, não vai participar, como informou, ontem, em Luanda.

O grupo conseguiu vencer consecutivamente as edições do Carnaval, em 2018 e 2019, de acordo com Poli Rocha, mas, como até agora não foram criadas as condições para se evitar a propagação da Covid-19 e se garantir uma "festa” com biossegurança, então preferem não participar.

Como sugestão, defendeu ser  mais sensato é aproveitar o momento para a realização de um encontro de reflexão em torno da própria estrutura organizativa do Carnaval. "Deveríamos aproveitar o momento para analisar as políticas existentes e soluções para melhorar as próximas edições”.

Para Poli Rocha, neste contexto  de pandemia, a realização do Carnaval, seja em que modalidades for, não é ideal, devido aos riscos de disseminação da doença. "Temos outras coisas como a melhoria do evento e a dignidade dos fazedores do Entrudo para debater nesta fase”, ressaltou.

Uma das opções do grupo para este ano, além do Carnaval, argumentou, é apostar na formação da juventude, no âmbito do programa "Diversidade”, da União Europeia, para o qual o grupo foi seleccionado.

osvaldo correia


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